Absorto no decifrar do enigma que faz com que tudo comece e acabe no porquê do ser, do viver e do amar...
...vou perdendo, a pouco e pouco, o prazer de ser um ser a viver o deslumbramento do amar.
Falavas da morte.
Curiosa reacção quando, enrodilhados em pernas, braços e sentimentos lançávamos gritos sentidos oriundos de orgasmos violentos e molhados. Lembras-te?
- Para quem sabe ir entrar no “paraíso”, que mais poderá desejar senão a morte?
Ás vezes, escrever... é como um campo de batalha onde exércitos se confrontam.
São palavras que se arremessam e se desfazem no ar.
São letras bandeiras que nunca se firmam.
São frases sentidas mortas para não ferirem.
São páginas degoladas antes de serem rascunho.
São textos fervilhantes trespassados por punhais frios.
É morte e é vida...
Corpo a corpo finito que se fina numa gota de sangue feita desabafo.
Escrever... é matar a raiva que vai dentro de mim.
Afago os teus cabelos,
como o ancinho acaricia a terra.
Beijos os teus lábios,
como o mar se espraia nas pedras.
Perco-me no teu olhar,
como o colibri se perde na flor.
Melodia de encanto…
constante, métrica, pausada. Às vezes embala, adormece, exalta, exaspera. A paixão, di-la romântica. A solidão, companheira, letárgica, amiga.
Sem compasso, tempo definido.
Sempre a mesma, igual a si própria. Quente, morna, fria… pura.
Pressente-se ao longe, sente-se ao perto, entranha-se na jornada.
Inspiradora de sentidos, desabafos…
De mansinho, segredaram-lhe ao ouvido: “A chuva parou. Vamos olhar o arco-iris?”