Desapertou, languidamente, os botões da blusa…
e deixou que a mesma caísse no chão.
A seguir, abriu o fecho dos “jeans”…
que seguiram o mesmo destino.
Ele, excitado com o cenário que a curta cortina lhe permitia ver, imaginava o corpo que aquelas peças de algodão despiam.
Mas, antes de ter tempo para mais divagações, despertou abruptamente para a realidade do seu trabalho!
- Podia arranjar-me um número mais pequeno da blusa e das calças, por favor?
Arredei o cachené...
e deixaste que o bafo "soão" da minha boca aquecesse a carne fria do teu pescoço, do teu queixo, da tua face.
Depois, olhando-te nos olhos...
perdemo-nos na sofreguidão dos nossos beijos.
Da janela da frente, a vizinha via-a chorar! Perante as lágrimas que caiam, copiosamente, imaginou um coração destroçado. Terá uma paixão megalómana colapsado, abruptamente, como um baralho de cartas de amor? ... Da janela da frente, a vizinha via-a chorar... e chorava, tão só, por culpa da maldita cebola que a muito custo picava para o refogado das almôndegas que havia de servir ao jantar (sic).
Há pegadas, na areia, que o mar nunca apagará.
São de pessoas, como tu…
que se tornaram inesquecíveis.
Colocou-se à sua frente, numa pose de quase oferenda...
e perguntou-lhe o que desejava!
Afinal, a sua função, alí, era tão só servi-lo!
Mitigar-lhe os seus apetites, as suas mais intímas e profundas vontades do momento!
Ele, deu conta que à sua volta... muitos outros já relaxavam com o prazer que ela lhes havia proporcionado!
Acanhado, enfrentou-a nos olhos e pediu:
- Uma meia de leite e uma torrada com pouca manteiga se faz favor.